quinta-feira, 22 de maio de 2008

Descoberto papel proteína no consumo de certas substâncias

Uma equipa de investigadores franceses provou os efeitos do consumo de substâncias viciantes em alguns mecanismos de aprendizagem nos ratos, num estudo publicado quarta-feira no sítio da Internet da revista Nature. Investigadores tinham já estabelecido que as substâncias que conduzem a uma dependência exercem os seus efeitos viciantes através da libertação no cérebro de uma molécula, a dopamina, libertada em tempo normal como uma «recompensa», após uma acção considerada positiva. O cérebro reage então com uma tentativa de «reproduzir as condutas» permitindo a obtenção de dopamina, o que aumenta a motivação do indivíduo. A equipa conduzida por Jean-Antoine Girault, director de investigação no Instituto Nacional de Saúde e de Investigação Médica (INSERM), concentrou-se nos mecanismos moleculares ligados à proteína, a DARPP-32, que, activada pela dopamina, se acumula num núcleo dos neurónios numa região do cérebro, a chamada 'striatum'. Uma tal acumulação de DARPP-32 foi igualmente observada nos ratos de laboratório quando estes aprenderam a passar o seu focinho num buraco para obter alimentos.
Os investigadores analisaram os resultados obtidos com ratos normais e ratos com as proteínas DARPP-32 funcionalmente desactivadas. Num primeiro tempo, os investigadores notaram que os ratos «alterados» são menos sensíveis às drogas injectadas (cocaína, morfina), provando assim o papel da proteína no mecanismo de viciação. A mutação da proteína conduz também a uma quebra da motivação dos ratos para obter comida, provando que a DARPP-31 desempenha um papel nos mecanismos de aprendizagem e motivação.
Notícia publicada em 22-05-2008

Sem comentários: