Uma equipa de investigadores franceses provou os efeitos do consumo de substâncias viciantes em alguns mecanismos de aprendizagem nos ratos, num estudo publicado quarta-feira no sítio da Internet da revista Nature.
Investigadores tinham já estabelecido que as substâncias que conduzem a uma dependência exercem os seus efeitos viciantes através da libertação no cérebro de uma molécula, a dopamina, libertada em tempo normal como uma «recompensa», após uma acção considerada positiva.
O cérebro reage então com uma tentativa de «reproduzir as condutas» permitindo a obtenção de dopamina, o que aumenta a motivação do indivíduo.
A equipa conduzida por Jean-Antoine Girault, director de investigação no Instituto Nacional de Saúde e de Investigação Médica (INSERM), concentrou-se nos mecanismos moleculares ligados à proteína, a DARPP-32, que, activada pela dopamina, se acumula num núcleo dos neurónios numa região do cérebro, a chamada 'striatum'.
Uma tal acumulação de DARPP-32 foi igualmente observada nos ratos de laboratório quando estes aprenderam a passar o seu focinho num buraco para obter alimentos.
Os investigadores analisaram os resultados obtidos com ratos normais e ratos com as proteínas DARPP-32 funcionalmente desactivadas.
Num primeiro tempo, os investigadores notaram que os ratos «alterados» são menos sensíveis às drogas injectadas (cocaína, morfina), provando assim o papel da proteína no mecanismo de viciação.
A mutação da proteína conduz também a uma quebra da motivação dos ratos para obter comida, provando que a DARPP-31 desempenha um papel nos mecanismos de aprendizagem e motivação.
Notícia publicada em 22-05-2008
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