quarta-feira, 30 de abril de 2008

Células imunitárias podem ser o próximo alvo no combate ao HIV

Cientistas norte-americanos descobriram que o vírus da sida tem dificuldade em replicar-se quando as células do sistema imunitário que ataca são alteradas. Com esta descoberta pode vir a ser possível produzir medicamentos que inibiam a produção de uma proteína nestas células, dificultando a replicação do HIV.Ainda não há cura para a infecção causada pelo HIV. Sem tratamento, o vírus vai gradualmente destruindo as células do sistema imunitário para se replicar, deixando as defesas dos doentes demasiado fracos para combaterem as infecções mais simples.Os medicamentos actualmente utilizados, chamados retro virais, atacam directamente o vírus. Mas devido à grande capacidade de mutação do HIV, nascem estirpes resistentes que tornam os medicamentos obsoletos.Para contornar este problema pode-se “atacar” as células do sistema imunitário que são as hospedeiras do vírus. Ao interferir com as proteínas das células do sistema imunitário, o vírus deixa de conseguir infectar estas células e não se replica. http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1327256 Notícia publicada em 29-04-2008

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Saber o seu código genético por uma mão-cheia de euros

E se, por seis mil euros, lhe dessem a possibilidade de conhecer toda a informação contida nos seus genes? De saber, por exemplo, a predisposição que tem para certas doenças e preveni-las com maior eficácia antes de se desenvolverem no organismo? A isto chama-se genómica pessoal e, acreditam os seus impulsionadores, irá revolucionar a medicina do futuro. Nem será preciso esperar muito. A realidade está a menos de cinco anos, asseguram os mais optimistas. Mas para que me serve afinal a leitura do genoma, interrogar-se-ão os mais cépticos. Em teoria, irá permitir personalizar a medicina do futuro e actuar de forma preventiva sobre muitas doenças de origem genética. Mas a realidade pode não ser tão linear. "A maioria dos problemas de saúde está associada a factores ambientais e comportamentais, sem origem genética", lembra Nuno Barbosa Morais, investigador do grupo de Biologia Computacional da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Dito de outra forma: o facto de uma pessoa ter uma predisposição genética para uma doença não quer dizer que a vá desenvolver. Do mesmo modo, sublinha Jorge Sequeiros, presidente do Colégio de Genética Médica da Ordem dos Médicos, "podemos vir a ter Alzheimer, por exemplo, mesmo que se comprove que não temos nenhuma alteração nos genes de susceptibilidade testados". A genómica está longe de ser uma ciência infalível ou a 'bola de cristal' que dirá ao paciente se viverá 100 anos ou sucumbirá a um cancro letal. http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/306711 Notícia publicada em 28-04-2008

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Dia do ADN debate testes genéticos

Investigador português é contra o monopólio das patentesA Sociedade Europeia de Genética Humana (ESGH) associa-se, pela primeira vez, às comemorações do Dia do ADN, que hoje se celebra. A ocasião serve também para lançar o debate sobre patenteamento de genes. Ontem, realizou-se uma conferência sobre o tema, em Bruxelas, na qual esteve presente o investigador português Jorge Sequeiros, professor da Universidade do Porto.O cientista é co-autor de um texto publicado hoje no European Journal of Human Genetics, que recomenda medidas concretas sobre o licenciamento de testes genéticos, nomeadamente sobre como evitar monopólios relativos a testes genéticos e como podem ser aplicados testes múltiplos. Jorge Sequeiros revela que a posição defendida "é a de que as patentes, em geral, podem ser benéficas para a sociedade se conduzirem à inovação e promoverem o progresso científico".O docente considera que actualmente existe "um bloqueio da investigação em consequência do processo de patentes e ao encarecimento e, portanto, à diminuição do acesso a importantes serviços como alguns testes genéticos". Por isso, o documento espelha "uma situação de compromisso" entre os geneticistas europeus. Paralelamente, põe em causa "o valor exagerado que se tem dado ao patenteamento como motor do desenvolvimento e promotor de inves- tigação".O artigo agora publicado surgiu na sequência da oposição de alguns cientistas europeus às patentes detidas pela companhia Myriad Genetics, juntamente com a Universidade de Utah (EUA), de dois genes para cancro de mama e do ovário (BRCA1 e BRCA2), entendidas como demasiado abrangentes e abusivas, explicou Jorge Sequeiros. A companhia norte-americana conseguiu assim deter o monopólio dos testes e o controlo de um banco de amostras de cancro da mama que começaram a criar grandes obstáculos à investigação de novos genes para este cancro e a dificultar a prestação de serviços por outros laboratórios de genética, acrescentou o investigador e membro da ESGH.Mas estes dois genes são apenas exemplos, segundo Jorge Sequeiros. Partindo deste contexto, a ESGH trabalhou nos últimos anos na elaboração deste conjunto de recomendações.O melhoramento dos mecanismos que já fazem parte do sistema de patentes e a redefinição do conceito de "utilidade" na legislação sobre patentes, de modo a levar em conta a experiência clínica que se segue à sua aplicação, são mais duas medidas que constam na carta publicada no jornal oficial da entidade europeia. http://dn.sapo.pt/2008/04/25/sociedade/dia_adn_debate_testes_geneticos.html Notícia publicada em 25-04-2008

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Porto: Hospital São João inaugurou hoje nova unidade de diagnóstico de cancro da mama

O Hospital de São João, no Porto, conta a partir de hoje com a mais completa unidade de diagnóstico de patologia mamária do país. O novo espaço, financiado pela Laço, conta com uma equipa multidisciplinar de médicos e visa diagnosticar em menos tempo e com mais qualidade o cancro da mama. As primeiras consultas começam na próxima semana e cerca de 30 mulheres já procuraram o serviço.Um dos objectivos principais deste espaço é reduzir o tempo de espera das utentes e, com isso, diminuir a ansiedade associada à doença. Com a fusão de serviços e especialistas no mesmo local será possível que uma utente faça todos os exames necessários para diagnosticar o cancro da mama num só dia e não precise de passar por vários sectores do hospital. Cirurgiões, oncologistas, radiologistas, radioterapeutas, ginecologistas, patologistas e psiquiatras serão os especialistas que vão trabalhar na unidade. P.S. Ler notícia na integra no site: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1326652&idCanal=59 Notícia publicada em 22-04-2008

Terapia celular é esperança para Parkinson

As células adultas já podem ser transformadas em células estaminais embrionárias e, por consequência, podem também ser uma preciosa ajuda na criação de soluções clínicas para doenças como a diabetes, Parkinson, artrite ou leucemia.As células estaminais do embrião diferenciam-se - ou seja, podem assumir características de todos os tipos de células existentes no organismo adulto, nomeadamente neurónios, ossos, coração, músculos, pele, intestinos, entre outras - mas, para conseguir essas células, é necessário destruir os embriões, o que levanta problemas éticos que levaram à sua proibição nos EUA.Com a evolução da ciência, vários grupos de investigadores conseguiram demonstrar recentemente que as células adultas podiam tornar-se de novo em células estaminais embrionárias, ou seja, capazes de se diferenciarem, já não sendo necessário destruir embriões, explicou o investigador da Universidade do Algarve José Belo. Doenças graves como diabetes, Alzheimer, Parkinson, artrite, osteoporose, acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas e mesmo paralisia, podem vir a ter uma cura através do desenvolvimento de terapias celulares. http://jn.sapo.pt/2008/04/22/sociedade_e_vida/terapia_celular_e_esperanca_para_par.html Notícia publicada em 22-04-2008

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Especialistas: Doença cardiovascular pode ser atrasada em 50%

Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) revelaram hoje que o aperto da válvula aórtica pode ser atrasado em 50 por cento, através de dosagens de estatinas, enzimas que impedem a formação do colesterol. Os especialistas da FMUP garantem que o tratamento com estatinas, usado para retardar a estenose valvular (aperto da válvula aorta), vai fazer parte das terapias "conhecidas, seguras e economicamente acessíveis". Segundo os investigadores, o processo terapêutico é o "primeiro processo recomendado" para combater o colesterol elevado e prevenir a doença cardiovascular. O estudo indicou que a doença afecta 10 a 15 por cento dos portugueses com idades entre os 65 e 80 anos, e corresponde aos casos mais frequentes de cirurgia de substituição valvular em vários países. Os investigadores adiantaram à Lusa que "os próximos passos do estudo passam pelo desenvolvimento de um estudo genético mais aprofundado e pela melhor caracterização epidemiológica e imagiológica da doença". http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=62&id_news=328174 Notícia publicada em 16-04-2008

Cientista portuguesa descobre papel de um gene na regulação celular com implicações no cancro

Uma investigadora portuguesa que está a doutorar-se nos Estados Unidos descobriu que um gene chamado Diáfano (ou Dia) tem uma importante função reguladora na formação dos tecidos e poderá desempenhar um papel no cancro.Num estudo publicado na última edição da revista científica norte-americana “Development”, Catarina Homem e Mark Peifer, seu orientador de doutoramento, mostram que uma mutação desse gene, estudado na mosca da fruta (Drosophila), provoca perda de adesão e mobilidade anormal nas células, como acontece na formação das metástases tumorais. A descoberta contribui para uma melhor compreensão da regulação genética da formação dos tecidos e órgãos e poderá abrir caminho a intervenções terapêuticas. "Muitos dos cancros familiares ou hereditários, como o cancro gástrico, estão associados a mutações no gene que codifica as E-caderinas, que são proteínas críticas para a adesão entre células, e pensa-se que essas mutações são responsáveis pela mobilidade e invasão celular", explicou Catarina Homem. A investigação concluiu que as proteínas que regulam o esqueleto das células fortalecem a adesão entre elas e que mutações nessas proteínas levam à degradação das E-caderinas e à promoção da mobilidade celular. http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1325137&idCanal=13 Notícia publicada em 08-04-2008

terça-feira, 15 de abril de 2008

DMJ: Investigadores identificam zona cerebral envolvida

Investigadores da Universidade de Coimbra em colaboração com colegas em França, Suíça e Estados Unidos identificaram uma região do cérebro envolvida numa doença neurodegenerativa de causa desconhecida que tem elevada incidência na ilha açoriana das Flores. Num estudo publicado na revista Human Molecular Genetics, do grupo editorial da Universidade de Oxford (Reino Unido), os cientistas provaram o envolvimento do estriado cerebral na doença de Machado-Joseph (DMJ), o que explicaria as perturbações de movimento e equilíbrio associadas a esta patologia. «A descoberta faz do estriado cerebral mais um alvo para futuras estratégias terapêuticas de combate à doença», disse hoje à agência Lusa um dos autores do estudo, o investigador Luís Pereira de Almeida, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra. A DMJ é uma doença neurodegenerativa com início na idade adulta que provoca perda progressiva das capacidades, sobretudo no que respeita à coordenação motora, e a morte gradual de conjuntos específicos de neurónios. Ainda incurável, esta doença progride para uma dificuldade cada vez maior na coordenação dos movimentos até confinar os pacientes a uma cadeira de rodas ou ao leito, mas sem perda das capacidades cognitivas, e levar à morte prematura nos casos mais graves. Segundo Luís Pereira de Almeida, que coordenou a equipa de investigadores portugueses, «a doença resulta de uma mutação do gene que codifica para uma proteína, a ataxina-3». «A mutação consiste no aumento do número de repetições do trinucleótido CAG no gene da ataxina-3, resultando numa alteração da proteína que a torna tóxica por um mecanismo ainda desconhecido», explicou. O trabalho envolveu o desenvolvimento de um modelo animal da DMJ que se baseou na utilização de vectores virais que permitiram introduzir nas células alvo do cérebro do rato o ADN que codifica para a ataxina-3 mutante. «É um modelo que permite responder a questões particulares, tais como a neuropatologia em diferentes regiões do cérebro, neste caso a substância nigra numa área afectada na doença, o córtex e o estriado, regiões para as quais havia poucas evidências neuropatológicas directas», acrescentou o investigador, que é professor auxiliar na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Descrita como entidade clínica individual em 1978 por uma neurologista portuguesa, Paula Coutinho, que a estudou em famílias açorianas e de Portugal continental, esta doença foi depois encontrada noutras partes do mundo embora a sua maior incidência se registe na ilha das Flores. Após a identificação do gene causador surgiram registos da doença em diversas localizações geográficas, o que levou ao abandono da sua designação inicial de «Doença Açoriana», também conhecida no arquipélago por «Doença do Tropeção». Passou então a chamar-se doença de Machado-Joseph, os dois apelidos dos primeiros casos diagnosticados nos anos 70 em duas famílias de ascendência açoriana. A ilha das Flores, nos Açores, é o local de maior incidência da doença em todo mundo (01 para 400), sendo também muito elevada (01 para 4.000) entre os emigrantes de origem açoriana na Nova Inglaterra (nordeste dos Estados Unidos). Embora tenha grande variabilidade clínica, os primeiros sintomas são em geral perda de equilíbrio e dificuldades na marcha, na articulação da fala e no deglutir dos alimentos, bem como defeitos subtis nos movimentos dos olhos. http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=62&id_news=327939&page=5 Notícia publicada em 14-04-2008

domingo, 13 de abril de 2008

Amêijoas afectadas por químicos podem causar infertilidade

O consumo de amêijoas brancas afectadas pelos compostos químicos, presentes em detergentes e lançados em zonas costeiras através dos esgotos, poderá estar relacionado com problemas de infertilidade, de acordo com uma especialista da Universidade do Algarve (UAlg). As alterações hormonais na lambujinha, que faz com que os machos se tornem fêmeas, já tinham sido detectadas, de forma inversa, nos búzios do rio Guadiana, por uma equipa de investigadores do Grupo de Ecotoxicologia e Química Ambiental do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da UAlg. De acordo com a coordenadora da equipa, Maria João Bebianno, os compostos de detergentes ou medicamentos, lançados no ambiente, estão a alterar o funcionamento normal do sistema endócrino das amêijoas, um fenómeno que dá pelo nome de «intersex», o que pode implicar falhas reprodutivas e consequentes rupturas nos stocks. Embora tenha menos valor comercial e seja menos consumida do que a amêijoa preta, o consumo de lambujinha pode afectar o funcionamento hormonal das pessoas que as ingerem, provocando problemas de infertilidade ou diminuição de esperma nos homens. A especialista explica que os problemas são causados pelos efluentes, que, apesar de parcialmente tratados, mantêm «uma grande carga tóxica». A situação, segundo Maria João Bebianno, poderia ser resolvida se as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) estivessem preparadas para tratar esses compostos. «Basta uma pequena concentração química para provocar o fenómeno, o equivalente a duas chávenas de chá numa piscina olímpica», explica a académica, revelando que as alterações sexuais também estão a ser verificadas em peixes, o que é «ainda mais preocupante», embora ainda não haja dados concretos sobre esta situação. Por enquanto, os investigadores estão apenas a debruçar-se sobre a amêijoa branca, tendo começado a recolher amostras e a analisá-las em laboratório, com o objectivo de verificar se estão a ocorrer mudanças de sexo, tendo sido já observado que os machos têm vindo a ganhar características femininas, passando a apresentar ovócitos no tecido testicular. http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=62&id_news=327511&page=2 Notícia publicada em 13-04-2008

domingo, 6 de abril de 2008

Gene estudado em peixes pode estar relacionado com leucemia

Um gene que controla a proliferação celular nos primórdios do olho dos vertebrados poderá ter a mesma função nas células sanguíneas, o que sugere novas terapias para a leucemia humana, segundo um estudo de investigadores portugueses. O gene estudado neste trabalho, que utiliza como modelo o peixe-zebra, é o «meis1», o mesmo que em humanos parece estar envolvido em certos tipos de tumores, como as leucemias. «Muitas leucemias são causadas pela manutenção inadequada desse gene», disse à agência Lusa Fernando Casares, investigador do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), da Universidade do Porto, e coordenador da equipa responsável pelo estudo, que incluiu colegas em Espanha e na Noruega. O peixe-zebra - um pequeno peixe de água doce de fácil manutenção, comum em aquários caseiros - foi escolhido como modelo para este trabalho devido à sua grande utilidade para os biólogos. Além de ter o genoma totalmente sequenciado e haver instrumentos para a sua manipulação genética, o embrião e a larva são transparentes, permitindo examinar directamente ao microscópio o seu desenvolvimento. Neste animal, os investigadores incidiram a sua atenção no olho e em particular na retina, que é uma parte especializada do sistema nervoso, mas tem uma organização mais simples do que o cérebro, por exemplo, explicou o investigador. A formação das células do olho no peixe-zebra resulta da proliferação de células inicialmente indistintas que se vão diferenciando num processo controlado pelo gene meis1. «Quando o meis1 é removido por meios genéticos, essas células do olho proliferam menos e o olho resultante fica muito reduzido», disse Fernando Casares, que faz também investigação no Centro Andaluz de Biologia do Desenvolvimento (CABD) da Universidade Pablo de Olavide, em Sevilha. Curiosamente, o meis1 intervém nas fases iniciais do desenvolvimento normal do sangue e, tal como acontece com o olho, a sua expressão é desligada para permitir que as percursoras das células do sangue se diferenciem. Todavia, sublinhou o cientista, se o meis1 continuar «ligado», as células do sangue continuam a proliferar e tornam-se incapazes de desempenhar as suas funções normais. Embora não exista ainda uma explicação clara da ligação do meis1 à leucemia, o estudo, embora realizado no olho, sugere que esse gene poderá controlar a proliferação dos percursores das células do sangue ao agir sobre duas proteínas que estimulam a divisão celular. http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=&id_news=321398&page=2 Notícia publicada em 03-03-2008